Manaus, 26 de novembro de 2021.
Criar ambientes favoráveis de negócios, com segurança jurídica e controle ambiental, resultando na atração de novos empregos, na redução das vulnerabilidades sociais e econômicas, com vista ao desenvolvimento da Amazônia. Esses foram os principais eixos que nortearam os debates de um dos principais painéis do segundo dia do Encontro das Entidades de Economistas da Amazônia Legal (Enam) 2021, que aconteceu de forma virtual na tarde desta quinta (25): “Fortalecimento de parcerias em busca de um desenvolvimento regional sustentável”.
Mediado pelo presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon), Martinho Azevedo, entidade organizadora do Enam, junto com os demais Corecons da Amazônia Legal, as discussões e análises técnicas ficaram sob a responsabilidade de representantes de órgãos e entidades do Amazonas e de Roraima, que contribuem para um modelo de desenvolvimento regional, como Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Banco da Amazônia (Basa) nos estados do Amazonas e Roraima e Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento de Roraima (Seplan/RR).
“Desenvolver a Amazônia é justamente juntar atores em busca de um ambiente de negócios que todos desejamos, ancorado na sustentabilidade. E sempre digo que a boa política pública é aquela que a sociedade assume como sua, para que resulte em desenvolvimento em todas as áreas. Por isso, estamos aqui nesses debates ao longo desses três dias de Enam, com mais de 20 horas de palestras, em busca de um desenvolvimento regional sustentável da região, mas de forma endógena, utilizando-se dos recursos regionais e do protagonismo de todos, especialmente, dos economistas amazônidas”, destacou o presidente do Corecon-AM.
Atração de novos investidores
Abrindo os debates, o superintendente Suframa, Algacir Polsin, explicou sobre o funcionamento do modelo Zona Franca de Manaus (ZFM), que tem o Polo Industrial como o seu “coração pulsante”, com mais de 500 indústrias, mais de 100 mil empregos e um faturamento na ordem de R$ 116 milhões, podendo chegar a R$ 145 milhões até o final do ano. E divulgou as ações e projetos que a autarquia vem realizando junto aos órgãos, como Junta Comercial do Estado do Amazonas (Jucea) e agora também com a Junta Comercial de Roraima, buscando aproximar empresários e melhorar o ambiente de negócios, além de resoluções que trarão uma série de benefícios a consultores e também a empresários do PIM.
Ele reforçou que é preciso atrair novos investidores, gerando emprego e renda para a região, mas que é urgente diversificar as indústrias, focando em novas matrizes e na importância da bioeconomia e dos recursos regionais. “O modelo ZFM é sucesso, mas ainda há muito por fazer fora da Região Metropolitana, buscando desenvolver outras regiões do Estado”.
Já o secretário Executivo de Desenvolvimento Econômico da Sedec/AM, Renato Freitas, enfocou que a temática da integração entre as instituições é superimportante nesse contexto e que no “Plano Amazonas 20-30”, que traça o planejamento estratégico de longo prazo, destacam-se as parcerias como estratégia de desenvolvimento, colocando o Estado de forma competitiva no mercado, socialmente justo e ambientalmente correto. “Criamos no estado um Departamento de atração de investimentos e comércio exterior. Passamos de uma posição passiva, de esperar investidores, para uma posição ativa, para ir em busca de novos parceiros e de novas empesas para o Polo Industrial de Manaus”, frisou.
E o superintendente regional do Banco da Amazônia, Esmar Manfre, traçou um panorama econômico dos estados de Roraima e do Amazonas. Sendo que o primeiro estaria em ascendência econômica e de investimentos, figurando hoje como o estado com maior PIB do Norte e o terceiro maior do Brasil, graças a atual segurança jurídica, aliada à segurança energética, além de situação geográfica estratégica. E o Amazonas, também com cenário favorável, apesar do atual ambiente desafiador da pandemia de Covid-19. “Manaus é quase uma cidade estado, com alta concentração do PIB. Vemos o Estado com algumas limitações, como falta de insumos e escassez de equipamentos, mas que deverão ser equalizados ao longo do próximo ano, para se ter uma folga a partir de 2023. Mas o futuro é de otimismo”.
Palestras do segundo dia
Nesta quinta, ainda aconteceram os seguintes painéis, enriquecendo os debates do XII Enam: “Desenvolvimento municipal e os objetivos do desenvolvimento sustentável”, com Waldecy Rodriges (Corecon-TO); “Mecanismos tributários para o desenvolvimento regional, a partir da industrialização com matéria-prima regional”, com Marcelo Pereira (Corecon-AM); e “A pandemia da Covid-19 em municípios produtores de soja na Amazônia Brasileira”, com Welbson do Vale (Corecon-MA).