O Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon-AM/RR) marcou presença no evento “Diálogos para a Construção da Estratégia Brasil 2050”, realizado na manhã desta quinta-feira (15). O encontro reuniu especialistas, representantes do governo e da sociedade civil para debater soluções de longo prazo para um Brasil mais sustentável, inclusivo e produtivo.
O evento integra o processo de formulação da Estratégia Brasil 2050, que pretende orientar decisões presentes com base em cenários futuros, construindo uma visão de país que promova desenvolvimento com justiça social e responsabilidade ambiental.
Para a presidenta do Corecon-AM/RR, Michele Aracaty, a Amazônia está no centro da estratégia nacional, ao defender a inclusão do ativo ambiental nas contas nacionais, propondo a criação do PIB da Bioeconomia como ferramenta essencial para transformar a riqueza natural da Amazônia em desenvolvimento econômico e social.
“Reduzir a vulnerabilidade social e econômica da região amazônica passa por reconhecer que a Amazônia é um ativo estratégico global. Isso exige incluí-la nas contas nacionais de forma concreta, por meio do PIB da Bioeconomia, agregando valor aos nossos produtos e gerando empregos verdes”, destacou Michele.
Ela ressaltou ainda que o Brasil só poderá assumir liderança global na agenda ambiental se colocar a Amazônia como prioridade nas suas políticas de desenvolvimento. “Preservar a floresta, valorizar a sociobiodiversidade, gerar emprego e renda verdes. Tudo isso com as pessoas e o planeta no centro das decisões. Esse é o caminho para mudar a realidade da Amazônia e do Brasil”.
E como provocação ao público, ela questionou: “A economia verde é a nossa bala de prata? Essa é a reflexão que propomos. Colocar a Amazônia no centro do debate não é opção, é necessidade”, pontuou.
Michele anunciou também o lançamento da obra “Amazônia do Futuro e o Futuro da Amazônia”, previsto para o Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho, reforçando o protagonismo da região nas discussões sobre o futuro do país.
Ativos da Amazônia
O reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), economista Sylvio Puga, destacou a bioeconomia, os recursos hídricos e a criatividade como ativos da Amazônia.
“É fundamental valorizar os ativos estratégicos da Amazônia como base para o desenvolvimento sustentável do Brasil”, afirmou ele, pontuando três grandes riquezas da região: a bioeconomia, impulsionada pela sociobiodiversidade amazônica; os recursos hídricos subterrâneos (aquíferos), que são ativos valiosos para o futuro; e a criatividade do povo amazônida, exemplificada pelo Festival de Parintins, como motor de inovação cultural e econômica.
De acordo com Sylvio Puga, a criatividade é uma marca do povo da região e gera inovação. “O Festival de Parintins é uma prova disso, transformando ideias em um espetáculo reconhecido mundialmente. Esse é um ativo que precisamos valorizar no contexto do desenvolvimento”, completou o reitor, reforçando que, para o Brasil avançar, é preciso investimento em ciência, tecnologia e inovação, com olhar atento para as potencialidades regionais.
Corecon e o futuro da Amazônia
A participação do Corecon-AM/RR no evento reforça o compromisso da entidade em levar a pauta da bioeconomia e da economia verde aos fóruns de decisão nacional, sempre com foco na redução das desigualdades sociais e econômicas da Amazônia.
“O Corecon tem a missão de defender uma política econômica que respeite as especificidades da Amazônia e promova um desenvolvimento sustentável e inclusivo, que coloque as pessoas e o meio ambiente como prioridades”, concluiu Michele Aracaty.
Brasil 2050: um projeto de todos
O evento destacou que o sucesso da Estratégia Brasil 2050 depende da articulação entre as 27 unidades federativas, os mais de 5.500 municípios e a sociedade civil. Construir um Brasil mais justo, sustentável e competitivo é um desafio coletivo que exige visão de futuro e compromisso de todos os setores.